Odiamos “Vingadores – Ultimato”! E temos dito!

Além de não ser grande coisa, esse filme complicou a Marvel
Essa nossa opinião nas rodinhas de fãs da cultura pop pode ser uma ofensa passível de agressões ou até mesmo um crime.
Mas como essa opinião nada significa na ordem das coisas e do Universo, eis que tasco: “Vingadores – Ultimato” é um filme superestimado, cheio de besteiras com personagens. Resumindo, é uma droga. Não pela parte técnica, mas pela lambança feita com os personagens.
O filme teve uma repercussão gigantesca, sendo considerado o ápice dos super-heróis no cinema, segundo os mais mais eufóricos. Mas como história e fechamento de todo um universo, é uma porcaria, sendo muito educado.
Ouso dizer que seu hype foi muito mais pelo filme anterior, “Guerra Infinita”, do que por seus méritos. “Guerra Infinita” foi uma aula de como se fazer um roteiro, respeitar personagens e entregar uma história coesa e impactante, daquelas que te prendem na cadeira do cinema, segurando o fôlego.
Na nossa opinião (ressaltando bem) o impacto da história ruim de “Ultimato” foi tão negativo que até hoje a Marvel não conseguiu consertar o seu universo.
E esse filme pode ter levado ao tão falado “cansaço” com os filmes de super-heróis no cinema.
Vamos aos argumentos, que tentam demonstrar como “Ultimato” foi uma tragédia, tanto de roteiro como de sequência para o Universo Marvel.
Argumento 1. A destruição das Joias do Infinito

Pelo que me consta, pelo menos nos quadrinhos (e isso deveria ser considerado no cinema, obviamente), as joias representam a essência do Universo. Logo, não poderiam ser destruídas. No máximo, contidas. No entanto, os brilhantes roteiristas ignoraram esse fato. Thanos destruiu as Joias do “INFINITO”.
Nos quadrinhos, nem entidades supremas e onipotentes como a Eternidade ou o Tribunal Vivo podem destruí-las. “Ah, mas os roteiristas escrevem como desejam, eles tem a liberdade”. Sim, verdade. Mas é justamente o fim das joias que, meio que obrigatoriamente, leva à uma saída que é uma escolha ruim do roteiro: viagem no tempo.
Argumento 2. A viagem no tempo que cria outras realidades (!?)

Para falar sobre viagem no tempo do cinema, o roteirista tem que ser muito bom. Não, tem que ser excelente. Caso contrário, vira uma bagunça, na qual se perde um dos trunfos essenciais de uma história: a suspensão da descrença. Até o absurdo tem limite.
Na escolha dos roteiristas de “Ultimato”, um retorno no tempo “cria” novas linhas temporais. Já percebeu a enrascada?
No filme, a volta dos Vingadores no momento exato da prisão de Loki (presente no primeiro filme do grupo), criou uma outra linha do tempo.
Logo, aquele filme dos Vingadores que todos assistimos em 2012 passou a coexistir com outras linhas do tempo que foram criadas. Ou será que eles voltaram em outra linha do tempo que não a do primeiro filme dos Vingadores? Loki escapou e então outra linha temporal surgiu. Logo, qual linha estamos acompanhando agora? Afinal, Loki não tinha sido morto pelo Thanos em “Guerra Infinita”?
Tudo isso até teria uma explicação, mas você teria que traçar um gráfico. O que era para ser um filme de entretenimento espetacular, vira uma tese de Física. Muito chato.
Mas o pior está por vir, meus caros. E por que? Porque a viagem no tempo só foi possível, graças ao retorno de um querido herói…
Argumento 3. A volta do Homem-Formiga

Nosso simpático e descolado Homem-Formiga, estava perdido no mundo quântico, por conta dos eventos do filme “Homem-Formiga e a Vespa”. Mas então como ele voltou, meus caros tribais? Teria ele encontrado uma saída através de uma aventura espetacular? Teria Thor, através do Rompedor de Tormentas, trazido o diminuto herói? Ou seria Tony Stark através de sua tecnologia avançada?
Não! Nada disso! Foi simplesmente porque um camundongo (sim, um camundongo!) pulou no aparelho e trouxe Scott Lang de volta.
Duas coisas: sacaram porque a escolha do camundongo? Quem é a dona da Marvel? A Disney! Qual o símbolo da Disney? O Mickey Mouse, que é um….camundongo! Surpresa! Ou seja, é uma tremenda puxação de saco da Disney, que para essas pessoas, “salvou” a Marvel.
Fora isso, vamos a história em si. Tudo isso para dizer que a volta do Homem-Formiga, essencial para a “salvação” do Universo Marvel, foi simplesmente um acaso do destino. Caso nosso fofinho camundongo não tivesse pulado na máquina, Thanos estaria até hoje vitorioso. Que ideia “brilhante”, concordam?
Mas a coisa ainda pode piorar…
Argumento 4. Esculachando heróis

Dois heróis foram simplesmente esculachados em “Ultimato”: Thor e Hulk.
Thor, em seus filmes solo e nos dois primeiros Vingadores teve momentos “ok”, mas que ainda não mostravam todo o poder e potencial do personagem. Mas em “Guerra Infinita”, ele teve sua redenção, pois ali sim vimos um deus suportar o calor de uma estrela, mostrar toda a sua força física e o ápice, que rendeu vários memes, foi a sua chegada em Wakanda.
E o que aconteceu em “Ultimato”? Piadas com obesidade e depressão que foram além da conta. Não é gordofobia. Ocorre que, além da obesidade não ser uma característica do personagem (cuja fisiologia é diferente do humano comum), nesse caso ainda é usada como um tipo de piada.
E o Hulk? O personagem brilhou no primeiro filme dos Vingadores. A surra que ele deu em Loki se tornou um dos momentos mais lembrados pelos fãs. Em “Guerra Infinita”, o Gigante Verde é espancado violentamente por Thanos, e o trauma é tão grande que Bruce Banner não consegue mais se transformar no seu alter ego monstruoso.
Com certeza todos os fãs ficaram esperando como seria o retorno e a possível vingança do Hulk contra Thanos em “Ultimato”. Ansiosos, aguardamos durante todo o filme quando o Golias Verde iria se enfurecer e detonar o Thanos e seu exército, voltando como o herói que nós conhecemos.
O que aconteceu? Nada. Em seu lugar, o Professor Hulk palestrou em toda a história, não restando nada mais do Mortal mais Poderoso do Universo Marvel.
Argumento 5. Mortes desnecessárias

Heróis são marcas. Marcas que atraem e multiplicam fãs. Nos quadrinhos, esse “mata-e-ressuscita” faz parte do gênero. Quem é fã já sabe lidar com essa velha mania.
Só que no cinema, não tem como voltar atrás. As mortes de heróis importantes e protagonistas se tornaram verdadeiros tiros no pé da Marvel. Quando a morte serve à história em si, até podemos aceitar.
Numa guerra, morrem pessoas, dirão alguns. Mas não estamos falando de realismo, estamos falando de universo de super-heróis, seres que vencem o mal e seguem em suas aventuras.
O que foi aquela morte da Viúva Negra? Simplesmente porque decidiram que um herói deveria morrer. Só por isso. Para “chocar”. Isso sabendo que o filme da Viúva ainda iria sair. Pior que foi um gol contra do estúdio. Afina, qual o sentido de ver a origem de um personagem que sabemos como termina? Interesse zero.
E a do Homem de Ferro? Porque o os valores do contrato do Downey Jr. estavam nas alturas e ele não iria retornar?
A morte ocorrer porque o ator não renovará contrato ou simplesmente para chocar, é risível. Qual o sentido de matar o personagem mais carismático da franquia? Existiam várias maneiras de aposentar Tony Stark sem a necessidade de matá-lo.
O impacto foi tão grande que até agora a Marvel não conseguiu reerguer seu universo. Tiro no pé com bazuca. Bastaria apenas manter os heróis vivos e fazendo participações para manter a chama dos fãs acesa.
Argumento 6. A destruição da ética do Capitão América

Nosso amado Steve Rogers é um personagem ético, que possui empatia, é solidário e seria como aquele irmão mais velho que cuida de todos nós. Certo? Nem tanto. Além de se mostrar um egoísta e pegajoso, ele ligou o botão “foda-se” para todos nós.
Em “Capitão América – O Soldado Invernal”, ele se despede de seu grande amor, a agente Carter. Ela se casou, fundou a Shield e teve uma vida intensa. É comovente como eles se despedem no leito de morte da antiga amada. Ou seja, um amor para recordar. Certo?
Não em “Ultimato”. Aqui ele não só esquece tudo isso, a Peggy Carter que ele amou, para escolher voltar numa realidade alternativa, em que uma outra Peggy estaria à sua espera, para finalmente terem aquela dança prometida. O que seria isso, meu caro tribal? Amor ou obsessão? A vida não seguiu para o nosso velho soldado.
A Peggy Carter do seu universo se despediu dele, descansou, pois viveu uma boa vida. Mas para o Steve Rogers dos Irmãos Russo, não há mais nenhuma outra mulher a não ser a Peggy. Nem que para isso, ele tenha que procurar um outro universo, uma outra Peggy e embaralha de vez, criando outra linha do tempo.
Pior: o Capitão América que conhecemos, aquele que pula em cima de uma granada para proteger outros, deixa de lutar, abandona o mundo por um motivo que nada tem a ver com amor, mas sim egoísmo. Ou seja, dane-se o mundo se aparecer outro Thanos.
Argumento 7. Ego nas alturas!

Ao invés de contar uma boa história, que tal homenagearmos a nós mesmos? Criar uma nostalgia de um universo de apenas 10 anos?
Personagens voltando ao primeiro “Vingadores”, aos filmes do Thor e do Capitão América em cenas icônicas para despertar o gatilho de um saudosismo precoce.
E o pior, isso só fez embaralhar mais ainda a linha confusa do filme e da própria Marvel. Afinal, a partir dali, pode-se tudo.
Além de sem sentido, foi arrogante, não despertou saudade alguma, somente uma confusão que os atuais roteiristas dos filmes do estúdio não conseguem consertar.
Pode acreditar: multiverso é muleta de roteirista ruim ou coisa de casa bagunçada. Vide o último filme do Homem-Aranha e do Dr. Estranho.
É isso, tribal. Com certeza, alguns de vocês estão pensando: se você está criticando, faça melhor.
Isso é assunto para outro post, onde direi sim, qual seria meu roteiro para “Vingadores -Ultimato”.
Como diria Silvio Santos, “aguardeeem”.