Especial Quarteto Fantástico – Parte 1 – dos quadrinhos às animações!

A superfamília da Marvel desde a sua origem até as versões animadas
Em novembro de1961, Stan Lee e Jack Kirby trouxeram ao mundo uma nova revista em quadrinhos: “Fantastic Four”.

Qual era a história? Um cientista genial, Reed Richards, desenvolve um projeto que permite longas viagens espaciais. Porém, seus financiadores desistem da ideia. Agindo por conta própria, Reed resolve levar adiante seus planos, com o apoio de sua noiva Sue Storm, seu amigo e piloto Ben Grimm e o irmão de Sue, Johnny Storm.
Os quatro entram em um foguete de testes e partem rumo ao espaço. Só que o inesperado acontece: potentes raios cósmicos atingem a nave, que cai de volta na Terra.
Quando eles saem da nave, percebem que estão totalmente modificados: Sue é capaz de se tornar invisível e gerar campos de força; Reed pode esticar seu corpo como um elástico; Johnny é capaz de voar e se tornar um ser flamejante e Ben Grimm se transforma em um poderoso monstro de pedra.

Como era comum na época, eles juraram usar seus poderes em benefício da humanidade e se tornaram o Quarteto Fantástico: Reed é o Senhor Fantástico, Sue a Garota Invisível, Johnny, o Tocha Humana e Ben Grimm, o Coisa.
Ressaltando que décadas depois o codinome de Sue será alterado para Mulher-Invisível, já que os tempos de emancipação feminina chegaram, trazendo um amadurecimento para a personagem (que será considerada por muitos como o membro mais poderoso da equipe – opinião esta que compartilhamos).
Uma curiosidade é que o humor e a descendência judaica de Ben Grimm, assim como o bairro onde ele cresceu, foram baseados na vida do próprio Jack Kirby.
Logo o título do grupo se tornaria um imenso sucesso e além de criar uma nova editora chamada Marvel, ele seria responsável por uma nova era nos quadrinhos.

As razões desse sucesso foram várias. Entre elas:

1) A arte de Jack Kirby. Os desenhos de Kirby, “O Rei”, atingiram um nível espetacular. Os personagens eram dinâmicos, pareciam sair das páginas e a ação era impactante. Além disso, os cenários de diferentes histórias, eram fantasia e ficção científica puras.

2) Lee e Kirby criaram uma dinâmica diferente de tudo o que havia nos quadrinhos da época. Os personagens eram falíveis, sentiam raiva, inveja (no início Ben tinha sentimentos por Sue) e tinham discussões entre si, como uma família na vida real. As tretas e zoeiras entre o Coisa e o Tocha Humana eram comuns e fazem parte da dinâmica do grupo até hoje. Aliás, durante muito tempo o Coisa não aceitava a sua transformação, o que conferia momentos de muita angústia nas histórias.

3) Eles moravam em Nova York e não em cidades fictícias, o que era comum na DC, por exemplo. E eles viviam situações inusitadas. Se o prédio onde eles moravam, o Edifício Baxter, fosse destruído numa história, na edição seguinte eles continuariam sem ter onde ficar, sofrendo as consequências. Nada voltava a ser como era antes.

4) Como exploradores, eles podiam viajam para qualquer lugar: dimensões paralelas, mundos inexplorados, até reinos perdidos nos confins do nosso planeta. Não existiam limites para os roteiros e a criatividade de Lee e Kirby soube explorar como ninguém todas essas possibilidades.
Essa profusão de ideias fez com que vários personagens importantes para a Marvel surgissem na revista do grupo, como o Pantera Negra e seu reino de Wakanda, os Inumanos (que viviam no Himalaia), o Surfista Prateado e dois dos maiores vilões do universo dos super-heróis: Galactus e Doutor Destino.

Foi também na revista da equipe que um personagem da década de 40 foi trazido de volta: Namor, o Príncipe Submarino.
Com a enorme aceitação do público, durante muito tempo os quadrinhos do Quarteto Fantástico foram chamados de “A maior revista em quadrinhos do mundo”.
Porém, nem tudo foram flores nos bastidores. Os poderes de alguns membros do Quarteto não eram originais.

Antes de Reed, outros personagens já esticavam seus corpos, como o Homem-Elástico e o Homem-Borracha, ambos da DC.

Durante a década de 40, o androide Tocha Humana já se incendiava, tinha revista própria e era o principal adversário nas histórias de Namor, o Príncipe Submarino.
Isso causou desgosto e protestos dos criadores desses personagens em relação a Lee e Kirby.
Mas nada disso ofuscou o trabalho genial da dupla.
Tanto que o Quarteto logo extrapolou os quadrinhos e foi para outras mídias.
Vamos começar com as animações.
“QUARTETO FANTÁSTICO” (1967)

Os estúdios Hanna-Barbera fizeram uma animação bastante fiel aos quadrinhos, com algumas das melhores histórias dos grupo adaptadas no desenho, inclusive a origem do grupo. No Brasil, essa animação ficou conhecida como “Os Quatro Fantásticos”.
“QUARTETO FANTÁSTICO” (1978)

Produzida pelo estúdio DePetie-Freleing (o mesmo que fazia a Pantera Cor-de-Rosa), esse desenho traz uma curiosidade: o Tocha Humana foi substituído pelo robô HERBIE. O motivo foi que os direitos do personagem estavam com o estúdio Universal, que não liberou o seu uso na série.
“QUARTETO FANTÁSTICO” (1994-1996)

O estúdio New World Entertainment (controlado pela Fox) lançou essa nova animação, que juntamente com o desenho do Homem de Ferro, formava a “Marvel Action Hour”, na Fox Kids.
“QUARTETO FANTÁSTICO” (2006-2010)

A Marvel se juntou ao estúdio francês MoonScoop e produziu esse novo desenho, muito baseado no filme do grupo de 2005 e com estilo anime. De todas as animações do grupo, é a menos conhecida .
Participações especiais
Homem-Aranha – A série animada (1994-1998)

O grupo fez participações em alguns episódios da série do Amigão da Vizinhança.
Os Vingadores – Os heróis mais poderosos da Terra (2010-2012)

O Quarteto participou de vários episódios dessa série e alguns de seus integrantes tiveram papel de destaque.
Na segunda parte de nosso especial, vamos analisar a trajetória do grupo nos cinemas!