A pior animação da DC de todos os tempos!
“Crise nas Infinitas Terras” é uma tragédia em todos os sentidos
Não é de hoje que a Warner, dona da DC, lança animações baseadas nas grandes sagas da editoria. E isso é mais do que justificado, já que esse universo possui histórias que são verdadeiros clássicos. Ou seja, material bom é o que não falta.
Por isso o setor de animação da empresa é riquíssimo e um verdadeiro paraíso para quem gosta desses personagens.
Seria natural então que “Crise nas Infinitas Terras”, uma das maiores sagas da DC e também das histórias em quadrinhos, fosse adaptada.
Quem conhecia a história já me imediato sabia que alterações teriam que ser feitas para dar conta da grandiosidade da trama, que unificou o então Multiverso DC nos anos 80.
Até aí tudo bem, pois trata-se de uma adaptação.
Mas quem teve a oportunidade de assistir a “Liga da Justiça – Crise da Infinitas Terras”, animação dividida em três partes, não viu uma adaptação, mas sim uma destruição da história original, com requintes de crueldade.
Os roteiristas devem odiar a DC para fazer algo tão ruim e que detona não somente a saga, mas a essência dos seus personagens.
Da história original, repleta de momentos de dor, heroísmo, sacrifício, medo e coragem, pouco resta. O resultado é uma trama que não traz nenhuma dessas emoções. A história é morna e desenvolvida com uma morosidade que chega a causar irritação.
Podemos dizer que da “Crise” original só se aproveitam o conceito de destruição do Multiverso e as presenças do Monitor e Antimonitor. Só. O resto é uma outra história, diga-se muito ruim, e contada de forma preguiçosa.
Além disso, é totalmente sem nexo, com personagens saindo e entrando na tela sem explicação alguma, causando uma confusão até para quem é mestrado no Multiverso DC.
Sobre eles, não há nenhum com profundidade. Por isso esses autores merecem um prêmio, já que conseguiram tornar rasos personagens clássicos como Batman, Superman e Mulher-Maravilha. A pessoa tem que ser muito ruim na escrita para deixar esses personagens desinteressantes e sem função numa história.
Se as duas primeiras partes conseguem matar qualquer pessoa de tédio, a terceira pelo menos consegue causar uma reação: irritar o fã da DC.
O final da história é horroroso, e por fim você se sente aliviado por ter acabado logo essa tortura.
Quando disse que os roteiristas devem odiar a DC não estava brincando. Quando eles tentam mostrar a destruição de várias Terras do Multiverso da DC, adivinha o que eles fazem?
Simplesmente destroem o universo onde estão três animações clássicas e amadas pelos fãs: “Superamigos”, “Batman – A série Animada” e “Liga Justiça”.
Quando a onda de antimatéria avança sobre a Sala de Justiça dos Superamigos, é horroroso e desnecessário ver o grupo e seu mundo ser destruído.
A mesma sensação quando o Batman e a Liga da Justiça que amamos são simplesmente mortos diante de nossos olhos.
A pergunta é: por que? Nos quadrinhos, a destruição das Terras tinha uma razão, que era unificar todas elas em uma só.
Mas aqui não passa de um exercício mórbido mostrar o destino final do universo dessas animações.
Vemos nossos heróis morrerem de forma triste, impotentes diante do perigo. O que, se pararmos para pensar, tornou todas as aventuras que assistimos deles em vão, já que não salvaram o universo como sempre fizeram.
É um verdadeiro tiro no coração e na afetividade do fã da DC ver esses universos morrerem. E o pior: sem que isso pudesse acrescentar em nada na trama.
Se alguém tiver a coragem de acompanhar essa verdadeira tragédia, tenho certeza de que fará como a Phoebe, em “Friends”: “Meus olhos! Meus olhos!”
