“A” Surfista Prateada e a “polêmica”!

“A” Surfista Prateada e a “polêmica”!

Mudança de gênero do herói da Marvel gera discussão nas redes! O que achamos?

O filme que marca a estreia do Quarteto Fantástico no Universo Marvel é um dos mais aguardados pelos fãs.

Apesar de muitos terem feito campanha para que John Krasinski e Emily Blunt (que são casados na vida real) vivessem Reed Richards e Susan Storm, foram Pedro Pascal e Vanessa Kirby que foram escalados para viverem o casal fundamental da família Marvel.

Por serem bons atores, tudo ficou de boa. Mas daí a Marvel resolveu chacoalhar tudo e anunciar que um dos principais heróis da editora e fundamental na história do Quarteto será muito diferente nas telas: o Surfista Prateado.

Breve história do Surfista

Nos quadrinhos, o Surfista era Norrin Radd, que para que Galactus não destruísse seu mundo, se ofereceu ao gigante para se tornar seu arauto. Sendo assim, se tornou o Surfista Prateado, e passou a buscar planetas para que Galactus se “alimentasse” da energia desses. Numa triste despedida, Norrin diz adeus a sua amada Shalla Ball, para vagar pelas estrelas.

O Surfista traz Galactus a Terra e enfrenta o Quarteto Fantástico. Depois de ter contato com uma humana, o Surfista se arrepende e se rebela contra seu mestre. Como punição, o Devorador de Mundos o prende na Terra como uma barreira invisível, impedindo-o de voltar a seu planeta natal.

Desde então, o Surfista passa a vagar pela Terra, tentando ficar em paz e encontrar um meio de passar o bloqueio imposto por seu antigo senhor. Com histórias cheias de filosofia e pacifismo, o herói se tornou um dos grandes nomes do universo Marvel, sendo escrito por anos pelo próprio Stan Lee, um de seus criadores, junto com Jack Kirby.

A “polêmica”

A Marvel divulgou que no novo filme do Quarteto não será Norrin Radd e sim Shalla Ball que se tornará a mensageira de Galactus. Ou seja, será “a” Surfista Prateada e não “o” surfista. A atriz Julia Garner (foto abaixo) será responsável por surfar no vastidão do universo.

Porque coloco polêmica entre aspas? Porque creio que existem assuntos mais sérios para discutir na nossa breve existência.

Por isso, não considero uma “polêmica”. Mas cabem sim divergências de opinião, que em nada vão mudar a decisão do estúdio.

Mas como o Super Tribo não se esconde do debate, vamos lá.

Gostamos de super-heróis por vários motivos, mas se há algo que toda a história de herói que se preze tem é que, no final, o herói vence. Gostamos de finais felizes e apreciamos sentimentos nobres.

Logo, nós do Super Tribo somos favoráveis e acreditamos na luta pelos Direitos Humanos, na luta das mulheres, das pessoas de diversas etnias, orientações sexuais e classes sociais. Não somos apenas contra o racismo, somos antirracistas. E é assim que pensamos.

Sendo assim, ficamos a vontade para expormos nossa opinião. Achamos simplesmente desnecessária a mudança de gênero. Não faz sentido, não serve a história e não ajuda na questão da diversidade. Porque não é mudando gênero, orientação sexual ou etnia de um personagem, que inclusive já está estabelecido, que ajudará na reflexão.

Se a Marvel ou qualquer estúdio quer ajudar nesse embate, que criem personagens relevantes que auxiliem nas reflexão, que sejam representativos.

Tornar um personagem masculino em feminino no que muda toda a situação da igualdade? Nada. “Mas no que prejudica?”, dirão alguns. Também nada.

Mas daí chegamos também em uma outra questão. Se o criador do personagem assim o quis, pensou sobre suas características daquele modo, por que alterar?

Vamos pensar se fizéssemos da Viúva Negra um espião russo ruivo e parte dos Vingadores. Poderia ser feito? Sim, mas e daí? Por que fazê-lo? Os homens já possuem o destaque nos filmes de ação e no gênero de heróis. Mudar o gênero nesse caso seria um desastre, inclusive. Por que mudar um personagem feminino que é muito expressivo e marcante? Não há porque mudar.

O mesmo raciocínio vale para o Surfista. Não há razão plausível para a troca.

Mas no caso do Surfista, dirão alguns, é uma mulher que será representada, nesse universo de “homens”. Mas nas histórias do Quarteto já temos mulheres destacadas com frequência, como a própria Sue Storm (minha personagem favorita no grupo e a mais poderosa), Medusa, Mulher-Hulk, entre outras. Não será mudando o gênero do Surfista que acrescentará algo para a justa e necessária luta das mulheres por representatividade, pela qual aliás todos engajamos.

A posição do Super Tribo é clara: ficamos com a ideia original do criador. Adaptações podem ser feitas caso auxiliem na história, mas quando são feitas apenas para que haja um suposto engajamento, não ajuda e não serve para a reflexão.

Marvel, quer uma dica? Olhe para suas grandes personagens femininas, que aliás você não cuidou direito. Vamos lá:

1º) Resolvam a besteira que fizeram com a Feiticeira Escarlate (com a excelente Elizabeth Olsen).

2º) Resolvam o impasse com a Mulher-Hulk.

3º) Deem o devido destaque para a Elektra na série do Demolidor.

4º) Incluam a Jessica Jones no Universo Marvel de uma vez por todas.

5º) Resolvam esse mal-estar com a Capitã Marvel (excelente personagem que se perdeu nos filmes) e os fãs.

6º) Quando chegarem os X-Men, que possuem diversas heroínas “badass” (Jean Grey, Tempestade, Kitty Pryde, Vampira, só para citar algumas) e vilãs idem, deem o merecido destaque. Não tornem o grupo “Wolverine e seus amigos”.

Isso trará mais engajamento do que simplesmente mudar de gênero só para supostamente “causar” um engajamento e buscar “likes”.

Czar

Salve, Tribais de todo o planeta, de todos os universos! Sou o Czar, conhecido também como César. Sou professor, pai da Mariana e amante de quadrinhos desde os 9 anos de idade. Amo a DC, amo a Marvel. Viajo pelo espaço com a Enterprise e com ela tento destruir a Estrela da Morte. Com meu chapéu fedora e meu chicote, ando a mil por hora no meu Aston Martin.